segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

O Pequeno Príncipe

    
     Um livro indicado para o público infanto-juvenil, mas sobretudo uma leitura obrigatória para as crianças "grandes". Acredito que este clássico da literatura infantil dispense qualquer comentário ou análise mais detalhada, visto que está atualmente na 48ª edição somente no Brasil. Se levarmos em conta as edições de um modo geral, chegamos a algo em torno de 400 a 500 edições e nada mais nada menos do que 80 milhões de exemplares vendidos no mundo todo. O Pequeno Príncipe é o livro francês mais vendido no mundo. E a terceira obra literária mais traduzida no mundo, perdendo somente para a Bíblia e O Peregrino. Nesta pequena introdução já percebemos a grandeza do conteúdo.     
     Bem, deixemos os números de lado e passemos a uma modesta análise deste clássico da literatura mundial. O Pequeno Príncipe de Antoine de Saint-Exupéry trata-se de uma obra escrita numa linguagem simples e direta. Sendo, portanto, o vocabulário apropriado para a faixa etária a que se destina. Entretanto, quando a mesma fábula é lida por um adulto, a narração requer uma certa atenção por parte do leitor, pois a obra está carregada de elementos simbólicos e exige uma certa maturidade literária para que as conotações não passem despercebidas. A beleza da obra está nestas lacunas que o autor deixa-nos para resgatarmos nossos valores e também para que recuperemos nossa perdida e, muitas vezes, esquecida infância. O Pequeno príncipe traz a tona as recordações e os mistérios da infância. Aos poucos, os sonhos, os questionamentos, as dúvidas e os desenhos incompreendidos pelos adultos vão surgindo do velho baú da imaginação. E, sobretudo, nos faz parar e refletir sobre o ritmo frenético que nós adultos levamos a vida. Depois desta leitura, caro leitor, você com certeza tentará reservar um tempo para admirar o pôr-do-sol, apreciar a beleza de uma flor, contemplar as estrelas enfim...apreciar as coisas simples e belas da vida. Por esses motivos, a obra pode ser considerada de alto teor filosófico.


     A fábula é narrada em primeira pessoa por um narrador-personagem não nomeado na narrativa. A seu respeito sabemos apenas que se trata de um piloto que encontra-se perdido no deserto do Saara. Além desta informação, sabemos através de seus relatos que foi uma criança incompreendida na infância, visto que ninguém entendia do que se tratava os seus desenhos. Em função das suas decepções nos desenhos, decidiu seguir carreira na aviação. A partir dos seguintes trechos percebemos que pela falta de compreensão dos adultos, ele acabou deixando de lado sua paixão pela pintura e esses acontecimentos marcaram profundamente sua vida.

As pessoas grandes aconselharam-me a deixar de lado os desenhos de jiboias abertas ou fechadas e a dedicar-me de preferência à geografia, à história, à matemática, à gramática. Foi assim que abandonei, aos seis anos, uma promissora carreira de pintor. (Saint-Exupéry, 2009, p. 8).


     Os personagens são caracterizados como planos, pois o narrador não nos fornece muitas informações físicas e psicológicas para descrevê-los. São definidos como personagens superficiais. Os personagens secundários também são descritos de maneira superficial. Quanto a estrutura da narrativa, chegamos ao seguinte esquema típico dos contos de fadas:
  • equilíbrio inicial;
  • elemento complicador (algo positivo);
  • Busca de soluções no plano da fantasia (elementos mágicos);
  • Restauração da ordem (equilíbrio).
     As ilustrações são todas feitas pelo próprio Antoine de Saint-Exupéry. A edição da editora Agir mantém as celebres aquarelas exatamente iguais as originais deixadas pelo autor na editora nova-iorquina Reynal e Hitchcock. Os desenhos são simples, porém muito poéticos. Além disso, por essa simplicidade lembra os desenhos de uma criança. Ocorrendo, assim, um processo de identificação do seu público leitor e facilitando a compreensão da história. Cabe acrescentar, ainda, que há um equilíbrio entre as ilustrações e o texto. Estando, todavia, de acordo com a faixa etária indicativa.
     Para finalizar, não poderia deixar de mencionar as fortes críticas direcionadas aos adultos. Em cada um dos planetas visitados pelo pequeno principezinho havia uma espécie de esteriótipo das digamos “fraquezas humanas” presentes, exclusivamente, no mundo dos adultos. O primeiro planeta era habitado por apenas um rei que desejava exercer sua soberania sobre tudo e sobre todos; o segundo, por um vaidoso que necessitava excessivamente de elogios; o terceiro, por um bêbado que se embriagava para esquecer a vergonha que tinha de beber; o quarto, por um homem de negócios que tinha olhos somente para os números e consequentemente para os lucros; o quinto, um acendedor de lampião que parecia tolo, porém era o mais sábio comparado com os outros habitantes mencionados e o único que não se ocupava de outra coisa que não fosse ele próprio; no sexto, um velho geógrafo que escrevia livros enormes com base no que lhe descreviam os seus exploradores, sendo que na verdade quem não passava de um explorador era o próprio geógrafo, e, por último, ele visitou o nosso Planeta Terra, onde encontrou uma serpente que lhe prometeu mandá-lo de volta ao seu planeta através de uma picada. É interessante registrar que chegando no planeta terra, o pequeno príncipe não encontra nenhum humano, somente uma serpente. Ao reclamar com a serpente sobre a ausência de humanos, eis a resposta do réptil peçonhento:“-Entre homens a gente também se sente só. (p. 58) Para matar a charada procure o significado de uma serpente em um dicionário de símbolos e depois substitua o termo “serpente” por homem (o ser humano, homem e mulher) e está resolvido o enigma. Vou fechar essa análise com o seguinte questionamento: Você ainda acha que criança não sabe nada sobre a vida? Continuem filosofando! Ah! Não esqueçam! São críticas construtivas.



sábado, 25 de dezembro de 2010

Eu pérola

Voltei para minha concha super protetora de assuntos mundanos. Na mãe ostra volto a sorrir e cantarolar. Dispenso o glamour e a grandesa de pertencer a uma jóia. Dispenso igualmente valores. Quero simplesmente permanecer nas entranhas mais profundas de minha essência e assim fugir de tudo e de todos. Protegendo, assim, um  tessouro muito precioso- o meu coração.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Pensações

Procuro todos os dias por aquele impulso que  mudou  completamente os rumos de minha história. As cordas vibram e as minhas ideias borbulham. Não tem dia nem hora para invadir minha alma. Meus pensamentos tornaram-se prisioneiros de suas tempestades de emoções.  A caneta desliza suavemente por entre os dedos esculpindo a obra perfeita.  Porém, os pensamentos, por vezes, travam. Nestes momentos, sinto que preciso ir em busca de  novas inspirações.