domingo, 20 de fevereiro de 2011

Descompasso


Olho para trás e vejo no espelho um reflexo feliz. A felicidade do passado em contraponto com a angústia do presente.  Percebo a felicidade quando já está longe. Afastada de mim. Distante do meu sorriso. Não vivo no presente momento das alegrias. Estou presa no passado. Talvez seja esse o meu problema com o tempo. Não acompanho o seu ritmo frenético. O tempo não me deixa viver intensamente cada segundo. Fui abandonada ao vento. As folhas secas encobrem os meus sentimentos. Não há linearidade entre o tempo e o espaço. Sigo com meus conflitos até acertar os ponteiros com o relógio da felicidade.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Olhos da alma


No brilho dos seus olhos enxergo o reflexo doce e puro de sua alma. Desalmado é quem diz ser o felino um.
Ana

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Girassóis póstumos

Os olhos da angústia perdidos em distantes campos
Encontraram uma doce inspiração
Embalados pelos encantos
De uma ensolarada tarde de verão.

O sol invade subitamente a alma.
O coração adormecido volta a palpitar.
As mãos tremulas tentam manter a calma.
Os pássaros selvagens começam a cantarolar.

Os sonhos de uma vida inteira
Em desesperadas pinceladas
Vão renascendo das cinzas da ira
E tomando a forma de uma pedra lapidada.

Eis as flores que acalentam a alma
Doze girassóis murchos e amargurados
Aprisionados em um vaso com água
Doze vidas lentamente anuladas.

Longe dos campos onde nasceram e cresceram
Os girassóis assistem passivos a passagem do tempo
Estão condicionados as leis dos homens que os colheram
Aguardam ansiosamente o reconhecimento dos seus talentos.

Suas pétalas de um amarelo vibrante
Adquirem, aos poucos, a cor da morte
O cinza é a cor predominante
Encontram-se abandonados a própria sorte.

A morte triunfa sob a vida.
Igualmente sob a arte.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

PROJETO DE LEI Nº 480!

Projeto obriga os eleitos a matricularem seus filhos em escolas públicas.

Uma ideia muito boa do Senador Cristovam Buarque.
Ele apresentou um projeto de lei propondo que todo político eleito (vereador, prefeito, Deputado, etc.) seja obrigado a colocar os filhos na escola pública.
As conseqüências seriam as melhores possíveis.
Quando os políticos se virem obrigados a colocar seus filhos na escola pública, a qualidade do ensino no país irá melhorar. E todos sabem das implicações decorrentes do ensino público que temos no Brasil.

SE VOCÊ CONCORDA COM A IDEIA DO SENADOR, DIVULGUE ESSA MENSAGEM.
Ela pode, realmente, mudar a realidade do nosso país.

O projeto PASSARÁ, SE HOUVER A PRESSÃO DA OPINIÃO PÚBLICA.


PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 480, DE 2007

Determina a obrigatoriedade de os agentes públicos eleitos matricularem seus filhos e demais dependentes em escolas públicas até 2014.

PARABÉNS PARA O SENADOR CRISTOVAM BUARQUE.

BOA SORTE JUNTO A SEUS PARES.

IDEIA SENSACIONAL!

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº, DE 2007

PLS - PROJETO DE LEI DO SENADO, Nº 480 de 2007

Determina a obrigatoriedade de os agentes públicos eleitos matricularem seus filhos e demais dependentes em escolas públicas até 2014.
O CONGRESSO NACIONAL decreta:
Art. 1º
Os agentes públicos eleitos para os Poderes Executivo e Legislativo federais, estaduais, municipais e do Distrito Federal são obrigados a matricular seus filhos e demais dependentes em escolas públicas de educação básica.
Art. 2º

Esta Lei deverá estar em vigor em todo o Brasil até, no máximo, 1º de janeiro de 2014.

Parágrafo Único. As Câmaras de Vereadores e Assembléias Legislativas Estaduais poderão antecipar este prazo para suas unidades respectivas.
 JUSTIFICAÇÃO
No Brasil, os filhos dos dirigentes políticos estudam a educação básica em escolas privadas. Isto mostra, em primeiro lugar, a má qualidade da escola pública brasileira, e, em segundo lugar, o descaso dos dirigentes para com o ensino público.
Talvez não haja maior prova do desapreço para com a educação das crianças do povo, do que ter os filhos dos dirigentes brasileiros, salvo raras exceções, estudando em escolas privadas. Esta é uma forma de corrupção discreta da elite dirigente que, ao invés de resolver os problemas nacionais, busca proteger-se contra as tragédias do povo, criando privilégios.

Além de deixarem as escolas públicas abandonadas, ao se ampararem nas escolas privadas, as autoridades brasileiras criaram a possibilidade de se beneficiarem de descontos no Imposto de Renda para financiar os custos da educação privada de seus filhos.

Pode-se estimar que os 64.810 ocupantes de cargos eleitorais –vereadores, prefeitos e vice-prefeitos, deputados estaduais, federais, senadores e seus suplentes, governadores e vice-governadores, Presidente e Vice-Presidente da República – deduzam um valor total de mais de 150 milhões de reais nas suas respectivas declarações de imposto de renda, com o fim de financiar a escola privada de seus filhos alcançando a dedução de R$ 2.373,84 inclusive no exterior. Considerando apenas um dependente por ocupante de cargo eleitoras.
O presente Projeto de Lei permitirá que se alcance, entre outros, os seguintes objetivos:
a) ético: comprometerá o representante do povo com a escola que atende ao povo;

b) político: certamente provocará um maior interesse das autoridades para com a educação pública com a conseqüente melhoria da qualidade dessas escolas.

c) financeiro: evitará a “evasão legal” de mais de 12 milhões de reais por mês, o que aumentaria a disponibilidade de recursos fiscais à disposição do setor público, inclusive para a educação;

d) estratégica: os governantes sentirão diretamente a urgência de, em sete anos, desenvolver a qualidade da educação pública no Brasil.

Se esta proposta tivesse sido adotada no momento da Proclamação da República, como um gesto republicano, a realidade social brasileira seria hoje completamente diferente. Entretanto, a tradição de 118 anos de uma República que separa as massas e a elite, uma sem direitos e a outra com privilégios, não permite a implementação imediata desta decisão.

Ficou escolhido por isto o ano de 2014, quando a República estará completando 125 anos de sua proclamação. É um prazo muito longo desde 1889, mas suficiente para que as escolas públicas brasileiras tenham a qualidade que a elite dirigente exige para a escola de seus filhos.

Seria injustificado, depois de tanto tempo, que o Brasil ainda tivesse duas educações – uma para os filhos de seus dirigentes e outra para os filhos do povo –, como nos mais antigos sistemas monárquicos, onde a educação era reservada para os nobres.

Diante do exposto, solicitamos o apoio dos ilustres colegas para a aprovação deste projeto. 
 
Sala das Sessões,

Senador CRISTOVAM BUARQUE.