Muitos professores brasileiros não tiveram a chance de construir uma história como leitores de literatura. Mas sempre é tempo de criar o hábito de leitura e também inspirar os alunos. Diante dessa realidade brasileira, segue algumas dicas importantes para criar hábitos de leitura. É importante frisar que nunca é tarde para se deixar encantar pela literatura.
Por que ler
O leitor literário lê por razões variadas: rir, refletir, investigar, relembrar, chorar e até sentir medo. Lê porque mergulha no que autores e personagens pensam e sentem- no passado, presente ou futuro, em lugares distantes ou que nem sequer existem. Lê porque as narrativas literárias o ajudam a refletir sobre a vida e a construir significados para ela.
Como virar um leitor
Não existe um caminho único para se tornar um leitor literário. Você pode começar por textos simples do ponto de vista linguístico e depois passar para os mais complexos- ou iniciar por temas próximos e partir para os mais distantes. Segundo Ana Flávia Alonço Castanho, “há os que preferem os grandes desafios desde o princípio porque sabem que eles têm algo a oferecer, nem que seja a estranheza.” Um bom caminho para alavancar o gosto pelos livros é procurar uma comunidade de leitores (podem ser os professores da escola, os amigos, os parentes- o importante é encontrar pessoas que gostem de ler). Conforme Teresa Colomer, professora de literatura na Universidade Autônoma de Barcelona, na Espanha, “ao compartilhar as impressões sobre uma leitura passamos os significados que a obra tem para os outros, o que enriquece nosso repertório”. Outra vantagem desse diálogo permanente é a troca de indicações de textos e autores.
O livro ( e outras linguagens)
Para os adultos que estão se iniciando no mundo da literatura, perceber as relações entre os livros e outras linguagens é também uma opção muito interessante. Ver um filme, ouvir uma música ou assistir uma peça de teatro baseados em obras literárias e depois ler o texto original- ou vice-versa- é ótimo para entender como uma história é contada de maneiras diferentes. Cada formato tem uma especificidade e prioriza determinados elementos, como a descrição do personagem ou o cenário. É inevitável fazer algumas perguntas. O que mudou do texto para a encenação? Como o cinema traduziu em imagens uma paisagem antes descrita só em palavras? E os personagens, como foram retratados? Isso ajuda a despertar o senso crítico e, claro, querer ler mais.
Quando ler
A leitura deve ser uma atividade cotidiana, mas não precisa ter hora marcada nem deve se restringir a obras novas. Que tal retomar um livro que foi difícil de ler (ou aquele que você adorou?) Em determinada época da vida, um título pode parecer complexo ou não emocionar e, em outras, ganhar novos sentidos. Já no caso dos livros preferidos, nada melhor do que sentir novamente as sensações que a obra provocou, reler os trechos que mais gostou e relembrar as razões que o levaram a eleger aquele escritor como uma referência.
Onde ler
Muita gente diz que o bom leitor é aquele que lê os grandes clássicos da literatura. Bobagem. Um leitor competente lê de tudo e passeia por gêneros variados, trilhando o próprio percurso. Alguns livros exigem mais, pedem esforço intelectual, persistência e concentração. Em troca, costumam nos recompensar mais. Só não deixe que tudo isso vire sinônimo de sofrimento. “Fica mais fácil aceitar os percalços da leitura quando encontramos alguma satisfação”, argumenta Celinha. E também para seus alunos. Pode parecer difícil, mas basta dar o primeiro passo- ou melhor, abrir o primeiro livro. Ótimas leituras!
Fonte: Revista Nova Escola
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