A pesquisa "Juventudes e Sexualidade no Brasil", publicada pela Unesco em 2004, mostra que 39,6% dos meninos não gostariam de ter um colega de classe homossexual. É hora de falar do assunto nas salas de aula.
A questão da homofobia é um tema que está em alta na atualmente e vem sendo abordado constantemente pela mídia. Por isso, resolvi fazer uma dinâmica com os meus alunos do Ensino Médio na disciplina de Ensino Religioso, visto que os estudantes sempre sugerem que os professores abordem temas contemporâneos. Sanando assim as dúvidas da garotada em relação a esse tema tão polemico e mal abordado pela mídia, pois a televisão coloca a homossexualidade como uma opção sexual, mas na verdade a homossexualidade é algo que nasce com a pessoa, ou seja, está na essência do ser humano. E não deve ser entendido como uma “modinha” ou algo opcional. Cabe aos professores (as) trabalharem a questão do respeito ao outro, pois a escola segundo dados do Corsa é o lugar onde ocorre o mais casos de homofobia. O professor deve levar em conta a opção religiosa do aluno e a opinião da família sobre a questão, porem sempre ressaltando o respeito e o amor ao próximo.
Sugiro a seguinte dinâmica que elaborei e deu super certo com os meus alunos de Ensino Médio. Rendeu até palmas no final da atividade. Segue abaixo dez perguntas e respostas sobre o assunto. O professor deve imprimir as perguntas e respostas em um papel mais firme colorido para dar um destaque e chamar a atenção dos jovens. Em seguida, separe as perguntas das respostas e misture bem antes de entregar para a turma. Assim, uns ficaram com as perguntas e outros com as respostas. O aluno faz a pergunta e o professor dá um espaço para os alunos colocarem para o grande grupo o seu ponto de vista e somente depois desse debate o estudante que tem a resposta faz a leitura para o grande grupo. Tempo estimado para aplicar a atividade: duas aulas.
Segue as questões:
1) O que é homofobia?
"Em uma sociedade como a nossa, qualquer um que saia da norma heterossexual é imediatamente tratado com descaso, desprezo, humilhação e até com violência física. É isso o que chamamos de homofobia", explica Ramires, que tabém é coordenador do Corsa (Cidadania, Orgulho, Respeito, Solidariedade e Amor de defesa dos direitos LGBT - Lésbicas, Gays, Bissexuais e Travestis).
2) Muitas pessoas partem do pressuposto de que a bissexualidade e a homossexualidade são desvios de caráter, uma doença ou ainda algo contagioso. Como a psicologia nos explica cientificamente esses casos?
Muitas pessoas, por exemplo, partem do pressuposto de que a bissexualidade e a homossexualidade são desvios de caráter, uma doença ou ainda algo contagioso. "A psicologia já demonstrou que ninguém sabe explicar cientificamente por que as pessoas são heterossexuais, bissexuais ou homossexuais. Há fatores biológicos, psicológicos e sociais, mas é impossível determinar uma única causa", explica Lula Ramires, mestre em Educação pela USP.
3) Há uma idade certa para falar de sexo e homossexualidade na escola?
Segundo pesquisadores, não existe uma idade ideal. Na infância, assuntos como sexo e orientação sexual precisam ser tratados com muita sutileza, mas sem menosprezar a inteligência dos pequenos. Já na adolescência, quando rapazes e garotas estão experimentando transformações corporais, é um dever da família e da escola abordar esse tipo tema com naturalidade, de forma arejada, plural, indicando todas as possibilidades de escolha sexual sem valorizar nem recriminar nenhuma delas.
4) Como a homossexualidade afeta os alunos?
A homossexualidade é uma das principais causas de bullying nas escolas. Sem ter referências sociais e culturais para debater a respeito da identidade de gênero e da orientação sexual, os jovens acabam referindo-se com ironia e preconceito aos gays dentro e fora da escola. Segundo Daniel Cara, coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, o fato de a homossexualidade já estar na rua, na televisão, mas não na escola ou no livro didático, acaba levando ao bullying.
A homossexualidade é uma das principais causas de bullying nas escolas. Sem ter referências sociais e culturais para debater a respeito da identidade de gênero e da orientação sexual, os jovens acabam referindo-se com ironia e preconceito aos gays dentro e fora da escola. Segundo Daniel Cara, coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, o fato de a homossexualidade já estar na rua, na televisão, mas não na escola ou no livro didático, acaba levando ao bullying.
Pesquisas mostram que a escola tem sido um verdadeiro "inferno" para alunos homossexuais: eles são ignorados ou impedidos de participar de atividades em grupo, seus objetos são furtados, são alvos de piadinhas e xingamentos, ora são agredidos fisicamente das mais variadas formas. "Fica difícil ir bem nos estudos e até ter vontade de ir para a escola numa situação como essas", afirma Lula Ramires, coordenador do Corsa.
5) Como tem sido o dia a dia dos alunos homossexuais na escola?
Pesquisas mostram que a escola tem sido um verdadeiro "inferno" para alunos homossexuais: eles são ignorados ou impedidos de participar de atividades em grupo, seus objetos são furtados, são alvos de piadinhas e xingamentos, ora são agredidos fisicamente das mais variadas formas. "Fica difícil ir bem nos estudos e até ter vontade de ir para a escola numa situação como essas", afirma Lula Ramires, coordenador do Corsa.
6) Porque a escola deve combater o preconceito?
A escola não é capaz de combater o preconceito contra gays, lésbicas, bissexuais, transexuais e travestis sozinha. Mas, segundo o estudo "Diversidade Sexual e Homofobia no Brasil", da Fundação Perseu Abramo, o ambiente escolar é o melhor lugar para por fim à homofobia. Os resultados da pesquisa mostram que, enquanto metade dos brasileiros que nunca frequentou a escola assume comportamentos homofóbicos, apenas um em cada dez brasileiros que cursaram o ensino superior apresenta o mesmo comportamento.
Além disso, a homofobia manifestada na forma de bullying nas escolas faz com que alunos desistam dos estudos. Além de instigar o respeito e tolerância entre os alunos, falar sobre o assunto é uma forma de garantir a permanência e o acesso à Educação - como previsto na lei - a realmente todos os cidadãos. A Secretaria de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos da Presidência divulgou que, hoje, 10% da população brasileira é gay. "À escola cabe mostrar que essa variabilidade do desejo sexual existe na sociedade como um todo e que é preciso aprender a respeitar isso", diz Lula Ramires, mestre em Educação pela USP e coordenador do Corsa (Cidadania, Orgulho, Respeito, Solidariedade e Amor de defesa dos direitos LGBT - Lésbicas, Gays, Bissexuais e Travestis).
7) E se eu achar que falar de homossexualidade na escola é inadequado?
Educadores indicam que, quando os pais se sentirem desconfortáveis com a temática estudada em sala, o melhor é comparecer às reuniões pedagógicas, manifestar dúvidas e dialogar com os professores e gestores escolares. "A Educação para a cidadania tem de ser uma tarefa empreendida pela comunidade escolar, envolvendo inclusive a participação dos pais", diz Lula Ramires, do Corsa (Cidadania, Orgulho, Respeito, Solidariedade e Amor de defesa dos direitos LGBT - Lésbicas, Gays, Bissexuais e Travestis).
8) Como os educadores devem trabalhar o tema na escola?
A abordagem do tema deve ser feita de forma delicada, afinal a homossexualidade ainda é um tabu. "Ttem que se ter cuidado ao falar disso", admite a professora de biologia Mônica Marques Ribeiro, que há dez anos aborda em sala questões relacionadas à sexualidade, sempre aproximando o tema dos direitos e deveres dos cidadãos e do respeito e à diversidade humana. "Debatemos tudo conforme a necessidade da classe, conforme o aluno vai perguntando", conta.
É importante deixar claro que, da mesma forma que existem pessoas que sentem desejo pelo sexo oposto (heterossexuais), existem outras que sentem isso pelo mesmo sexo (homossexuais). Fazer isso é parte do trabalho do professor que decide abordar a temática sexual de forma didática na sala de aula. Além disso, ressaltar que o desejo pelo mesmo sexo não é uma vergonha, crime ou doença é algo que deve ser transmitido não só para os alunos, mas também para os pais.
9) Como a homofobia costuma ser vista?
A homofobia costuma ser vista como um conjunto de emoções negativas (aversão, desprezo, ódio, desconfiança, desconforto ou medo) em relação a homossexuais ou mais concretamente, a lésbicas, gays, bissexuais, travestis ou transexuais. Na verdade, a homofobia transcede sentimentos individuais: trata-se de preconceito, discriminação e violência contra pessoas cuja orientação sexual (desejo sexual), identidades ou expressões de gênero (identificação dos sujeitos com configurações de masculinidade ou de feminilidade) não se conformam com a heteronormatividade, ou seja, valores, normas e dispositivos por meio dos quais a heterossexualidade é instituída como a única forma legítima e natural de expressão identitária e sexual. Nesse sentido, as praticas sexuais não reprodutivas são vistas como desvio, crime, aberração, doença, perversão, imoralidade ou pecado.
10) Como classificar o comportamento homofóbico?
Algumas pessoas preferem classificar o comportamento homofóbico apenas como o "répúdio da sociedade em relação a pessoas que se auto-excluem" ou desajustamento social por busca do prazer individual" justificando assim a exclusão social das pessoas homossexuais pelo fato de serem diferentes da suposta norma.
:D
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